ALENCASTRO, Luíz Felipe. O trato dos viventes- Formação do Brasil no Atlântico Sul - Séculos XVI e XVII- P. 44-76
O autor nessas páginas, trata da importância do escravismo e dos produtos africanos para a formação do mercado mundial.
O trato oceânico impulsiona a troca de mercadorias nas sociedades negras, o trafico negreiro é favorecido pelo comércio continental de longo curso. A Europa puxa essas trocas para uma economia-mundo. Essa é uma grande diferença do escambo realizado entre os nativos e os colonizadores na América do sul, essas trocas (escambo), não criou como na África , traficantes de índios ou mão de obra, até inclusive as os produtos trocados na América não eram tão valorizados quanto na África, como era o caso das armas de fogo, que não se fabricava na África negra.
Sem contar que a geografia comercial e histórica na África, favorecem a penetração européia. Rios cursados pelos nativos traziam os escambos dos sertões para o litoral. Destacando que desde antes da chegada dos colonizadores, já havia um intercâmbio na África entre seus diferentes povos, territórios e produtos. Uma diferença básica entre África e América pré-européia, é a questão de várias sociedades subsaarianas já conheciam o valor mercantil do escravo.
Nessa área conhecida na África como subsaariana havia portos e feiras para ampliar o mercado negreiro. Um dos produtos de maior valor trocado era o cavalo que chegava a valer de nove a quatorze escravos.
Os europeus não chegaram à África com a intenção de comercializar mercadoria viva. Muitas justificativas foram dadas para o tráfico de negros, a mais forte foi a justificativa religiosa, converter os negros pagãos, e no século XVIII,, a justificativa maior foi a de civilizar os africanos. Além de trocar escravos por mercadorias, no Sahel traficantes ofereciam escravos “pagãos” em troca dos mulçumanos capturados pelos portugueses, é evidente o reflexo dos conflitos étnicos e religiosos na escravidão africana.
Acima foi apontada a facilidade que os europeus encontravam para navegar a costa da África, diferente dos obstáculos encontrados ao navegar a costa brasileira, devido à direção dos ventos, os ventos causavam grandes prejuízos ao tráfico negreiro. O autor traça uma descrição das dificuldades encontradas nas rotas onde os navios precisam navegam da África a América.
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