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sábado, 9 de junho de 2012

  AUTOAVALIAÇÃO

Autoavaliação é um método muito importante, pois leva o aluno a refletir sobre sua aprendizagem, e até mesmo analisar a forma de como o professor estar transmitindo os conteúdos e o caminho de sua metodologia.
O papel do professor na minha visão é de juntamente com o aluno construir um conhecimento, para tornar esse aluno hábil em relação aquilo que ele está aprendendo. Foi principalmente desse papel do professor que eu, como aluna de História Moderna II, sentir falta. Venho novamente descordar do método dos micro-debates, não entendo-o como uma metodologia aproveitável na construção do conhecimento, muitos textos ficam maus discutidos e os textos que os alunos que não comparecem para apresentar, esses sim ficam ainda mais maus discutidos. Em minha opinião texto mal discutido é conhecimento pendente.
Partindo da questão das discussões dos textos, venho a colocar alguns aspectos sobre os textos apontados no cronograma da disciplina. Tenho consciência de que textos clássicos precisam ser lidos, porém compreendo que não precisamos passar todo o semestre apenas lendo textos desse tipo, acredito que o professor pode rever e buscar textos mais didáticos, que façam os alunos terem mais vontades de ler e resenha sobre os textos indicados pela disciplina, encontrei inúmeros textos publicados mais recentemente, que abordam os conteúdos de História Moderna.  E ainda, sinto falta da ajuda do professor para compreender melhor os textos, acho que ao final da maioria das aulas os assuntos ficam vagos. Percebo que não há planejamento ou um roteiro seguido pelo professor para facilitar a compreensão e a exposição dos conteúdos.
Reconheço que eu poderia não só esperar pelo professor e ter pesquisado mais, ainda pretendo buscar textos que abordem os conteúdos estudados para compreender melhor os assuntos de História Moderna.
Acredito que a minha postura tenha sido compatível com a postura do professor, atribuo ao meu desempenho à nota de 8,5 (oito e meio). 
Verbetes Políticos da Enciclopédia

Autoridade Política- Diderot
            Não é direito natural comandar o outro. Quem faz o uso da razão possui a liberdade.  A autoridade política tem origem em duas fontes violência e força.
            O poder adquirido pela violência só dura enquanto a força daquele que comanda for maior do que a força dos que obedece, a lei é de fato do mais forte. E o poder divino é justo e regrado. Sendo assim a submissão deve ser razoável, na minha opinião, Diderot faz uma crítica ao poder que os soberanos se diz possuidor, o poder divino, é possuidor porque é escolhido por Deus.
            O príncipe recebe dos súditos a autoridade que exerce sobre eles., autoridade limitada por leis da natureza e do Estado. O príncipe não pode dispor de seu poder e de seus súbitos sem o consentimento da nação.
            O governo é um bem público, nunca deve ser tirado das mãos do povo. Não o Estado que pertence ao príncipe é o príncipe que pertence ao Estado, mais cabe ao príncipe governa ao Estado e o povo a se submeter ao príncipe de acordo com as leis. O príncipe estar sempre a disposição e agindo conforme a nação. A coroa, o governo e a autoridade pública são bens de propriedade da nação.  
Dito por Diderot, as condições de príncipe, ele traz as condições dos súbitos, a natureza e a religião lhes impõem respeitar as condições do contrato para nunca perder de vista a natureza de seu governo.

Cidade
Diderot    
            A cidade é uma sociedade de varias famílias.
                                                           Democracia
                                               Chevalier de Jaucourt
            A democracia é a forma mais simples de governo, na qual o povo tem a soberania. Se a soberania estar nas mãos  do povo temos um democracia,  se a soberania estar nas mãos de parte do povo temos uma aristocracia. Não é a forma mais fácil de governar.
            O autor esboçar as leis fundamentais que constituem as democracias e o princípio que podem conservá-las e mantê-las. O autor destaca como importante que em uma democracia cada cidadão não tem poder soberano, nem mesmo uma parte dele. Este poder reside na assembléia do povo convocada segundo aas leis. Assim o povo em uma democracia é soberano e súbito.
                                                           Despotismo
                                                   Chevalier de Jaucourt
            Despotismo é o governo tirano e absoluto de um só homem. O autor trata dentro desse conteúdo do principio do caráter, partindo dos escritos celebres, que defende a obediência a um monarca. O poder deste governo estar acima de tudo, as vezes até mesmo de Deus.
           
                                                    Direito natural
                                                         Diderot
            O conceito de direito natural estar na existência de um direito fundado na natureza das coisas e, na vontade divina, no direito justo.

                                                        República
                                               Chevalier de Jaucourt
            República por Chevalier de Jaucourt é definida como uma forma de governo na qual o povo, em corpo, ou somente um aparte dele, detém o poder soberano. Quando o povo tem o poder soberano é uma democracia, quando o poder estar nas mãos de poucos é uma aristocracia, quando vários corpos políticos possuem poder formam uma Republica Federativa.
                                              
                                                           Sociedade
                                                      Boucher d’ Argir
            Os homes foram criados para viverem em sociedade. Se não tivessem sidos criados para isso, Deus havia lhes dado total condições de viverem isolados. A sociedade é necessária ao homem, Deus lhe deu uma constituição, faculdades, talentos que o tornam próprios a este estado.
           
                                                           Tirania
Chevalier de Jaucourt
            Tirania é o governo injustamente exercido, sem o freio das leis, ele (o governo) é a lei. Um tirano, um ditador de toas as regras sociais, econômicas, religiosas e principalmente políticas.

                                               A  Revolução Francesa

SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa. (P.7-109)
            A Revolução Francesa, ocorrida no século XVIII, dever ser enquadrada no ciclo revolucionário das revoluções burguesas que combatiam o Antigo Regime e conseqüentemente criou condições para a fixação do sistema capitalista como modo de produção dominante no mundo Ocidental Contemporâneo. Em sentido mais próprio dessa revolução em discussão, pode ser entendida também como uma luta da burguesia francesa, na sua corrida em direção ao poder. A Revolução Francesa realizou a unidade nacional com a destruição do Antigo Regime senhorio e as ordens feudais.
            O autor faz uma crítica a historiografia da Revolução Francesa, no que diz respeito à discussão das causas da revolução.
            O texto aponta algumas causas a essa revolução, a primeira causa levantada é o objetivo de abolir em toda parte o resto das instituições da Idade Média. Atribuindo o papel da Revolução como o destruir o feudalismo para assegurar a transição para a sociedade capitalista. A crise no setor agrícola, gerada pela escassez de produtos, elevação dos preços dos alimentos, desemprego rural e êxodo rural, causada, em grande parte, pela grande estiagem e pela manutenção da estrutura feudal no campo; a crise no setor manufatureiro.
            O texto estar tratando de um cenário de uma sociedade onde a riqueza era tudo, ser rico era ser nobre, ser rico era conservar um a condição de nobre. De um período em que a aristocracia iniciou um luta contra o absolutismo para restabelecer sua preponderância política e salvaguardar privilégios sociais ultrapassados, essa revolta abriu caminho ao Terceiro Estado. Já havia uma pequena e média burguesia, constituindo os traços da sociedade francesa.
            Durante a Revolução os camponeses que viviam em plena desigualdade tiveram um papel menos importante do que os outros segmentos da sociedade francesa daquele momento. As classes populares formaram o motor da revolução burguesia, conquistaram espaço na sociedade e moveram a revolução, lutas sociais e políticas enxertaram a Revolução.
            Em 1789, a revolução nasce numa crise econômica, em uma sociedade com grandes problemas sociais, com um custo de vida alterado pela alta dos preços, causando um aumento da miséria popular, nesse aspecto é possível afirmar que a fome mobilizou o povo a lutas, multiplicando as lutas sociais.
            Século XVIII, grandes transformações, grande expansão urbana, acompanhados de um caos social.
            Crise política, econômica, social girava em todos os setores que compunham a sociedade francesa daquele momento.
            Com a Revolução a feudalidade foi destruída em sua forma institucional e jurídica, porem na sua realidade econômica foi mantida. A assembléia Nacional instituída durante a revolução destrói completamente o regime feudal.
            Uma revolução de caráter burguês, uma crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero, enfim uma crítica as bases do Antigo Regime, diante disso é considerada a Revolução o marco da Idade Contemporânea. A revolução é constituída por varias fases, a mais polêmica delas é a fase conhecida como o Terror (setembro de 1793 a julho de 1794).
            Foi designado o termo Terror para essa fase por ter sido um momento de reivindicação popular pelo uso da violência contra os opositores a revolução.
            O Terror foi colocado em prática em setembro de 1793 legitimado pelo temor e perigo. Os Jacobinos que estavam no poder desde junho de 1793 acreditavam que a única forma de manter a Revolução era suspender a Constituição do ano II, conceder maior poder ao Comitê de Salvação Pública e impor o Terror. Nem todos concordavam com essa medida.
            A burguesia, desde julho de 1789, se esforçou por estabilizar a ação estabilizar a ação revolucionária, controlar e derivar em seu proveito o impulso espontâneo das massas, na verdade a burguesia desejava controlar a massa. Além disso a burguesia desejava a liberdade econômica. A liberdade da propriedade derivou da abolição da feudalidade. Buscavam individualismo, conquistaram a liberdade de cultura. Todas essas liberdades estavam voltadas a criar e produzir, procurar o lucro e desfrutar à sua maneira. A revolução buscava que os homens fossem senhores de si mesmo, para poder escrever, falar, imprimir e publicar livremente.
            A Revolução buscava igualdade a todos, ao ler o texto é notável que toda essa busca foi realizada pela burguesia, que na verdade, buscava o que era conveniente ao seu desenvolvimento, a sua conquista pelo seu espaço.
            A Revolução Francesa ocupa um lugar importante na História do Mundo Contemporâneo.

           
                                   AS REVOLUÇÕES BURGUESAS
FLORENZANO, Modesto. As Revoluções Burguesas. P.p. 67-115.

            O texto traz uma discussão onde aborda os motivos e as circunstâncias de como a burguesia tomou o poder. Florenzano chama atenção para o caráter pouco revolucionário da classe burguesa, que teoricamente traria em si a possibilidade de realização de uma nova sociedade. Relembrando a Revolução Inglesa e a Revolução Francesa o texto traça como à burguesia conquistou a dominação e a hegemonia política do mundo contemporâneo. 
            Com relação à Revolução Inglesa, expõe sobre as transformações econômico-sociais, que teve maior repercussão nas estruturas sociais do país. Diante dessas transformações a terra ganha valor monetário, passa a ser mercadoria, bem que traz prestígio social e poder.
            Em todo o continente o absolutismo consolidava sua posição e na Inglaterra a monarquia inglesa estava em plena evolução, o texto em sua discussão busca compreender as circunstâncias dessa evolução particular, a mais provável seria a questão de não existir no país forças centrífugas ameaçadoras à unidade política e cuja submissão exigisse a constituição de uma poderosa máquina burocrática e militar.
            Em meio a essa discussão o autor descreve os reinador de Henrique VIII e Elisabeth I, que são os monarcas mais poderosos de toda a história, e segue traçando as diferenças entre esses governos. Henrique promoveu a Reforma religiosa, quando se ler Reforma Religiosa, a primeira impressão é que seria uma reforma em termos de religião, porém na verdade essa reforma é muito mais de caráter político do que propriamente religioso. Para as monarquias absolutistas da época moderna, a Igreja era, ou deveria vir a ser, um verdadeiro aparelho ideológico do Estado realizando as funções de controle social de legitimação política que hoje cabem à escola, televisão, propaganda, etc. (P.83). Foi idealizada a Igreja Anglicana, a igreja a o governo daquele momento precisava.
            Além de descrever os governos dos TUDOR (Elisabeth e Henrique VIII), descreve também o governo dos Stuart (Jaime I e Carlos I) que governavam com um único objetivo que era estabelecer uma verdadeira monarquia absolutista.
            Segue o texto trazendo as idéias bases da revolução, traz como as três bases intelectuais da revolução:
·         A primeira tinha como foco o puritanismo
·         Outra vertente foi a do Direito comum
·         A terceira foi à ideologia do “país” em oposição à da “corte”. “Obediência versus consciência; Direito Divino versus Constituição Equilibrada; beleza do culto versus austeridade puritana. Corte versus país.” (P.90).
Traça uma pequena discussão sobre A Grande Rebelião (1640-1642) e sobre A Guerra Civil (1642-1648), A República de Cromwell (1649-1658) e traz um pouco sobre a Restauração e a Revolução Gloriosa de 1688.
            O objetivo da Restauração era que o país voltasse à situação jurídica existente em 1642, assim o Parlamento ficaria como o soberano político da nação. Um Parlamento oligárquico que representavam os interesses das classes proprietárias, principalmente rural. O Estado e a Igreja, isto é, política e religião firam separados. Uma Restauração de caráter conservador.
Em 1640-1660- foi presenciada a destruição de um tipo de Estado de um tipo de Estado e a introdução de uma nova estrutura política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se livremente. A burguesia na verdade em sua revolução tenta ocupar o lugar da nobreza antes existente como classe mais poderosa. Surgiu uma nova ordem que segundo o autor sem revolução não alcançaria.
           

           

sábado, 28 de abril de 2012

A crise geral da economia européia no século XVII. Eric Hobsbawn.

            O auto desse texto trabalha na linha marxista. Argumenta que muitas vezes as tradições são inventadas por leis nacionais para justificar a existência e importância de suas respectivas nações. Nessa obra debruça-se no entendimento e discussão das origens do capitalismo moderno.
            No texto inicia as discussões tratando a crise do século XVII, na Europa como diferente das outras, e responsável pelo triunfo do capitalismo. Trata da passagem da economia feudal para o capitalismo, no século XVII o avanço da burguesia não encontrou obstáculos.
            Divide seu texto em tópicos, nessa resenha ressaltarei alguns deles. Um dos tópicos trabalhado pelo autor, PROVAS DE UMA CRISE, trata do que para seu entendimento são provas de que existiu uma crise no século XVII. Inicia seu pensamento destacando que crise não quer dizer regressão, a economia feudal passou por uma crise e o capitalismo triunfou uma evolução econômica, porém é possível considera que houve uma regressão social.
            Alguns argumentos são usados como provas: o mediterrâneo deixa de ser o centro; a Inglaterra estar nesse momento em pleno avanço; trata da crise geral no comércio local; discuti as revoltas sociais ocorridas no século XVII, trata o século XVII, como um período de revoltas sociais, tanto na Europa Ocidental quanto na Europa Oriental, nos trás os principais aspectos, desses acontecimentos considerados como revoltas populares. Defende ainda que a Guerra dos Trinta anos não foi causadora da crise e sim agravadora.
            A maior conseqüência da crise do século XVII foi à ascensão do capitalismo. O autor trata que a principal causa da crise foi à falta de adaptabilidade das estruturas feudais à expansão do capitalismo, a incapacidade de se adequar as novas estruturas intensificou a crise, as estruturas existentes não acompanhavam o capitalismo.
             A acumulação primitiva de capital é segundo o texto o principal causador da desigualdade social. A desigualdade na distribuição de rendas aumenta a capacidade de acumulação de capital nas mãos de poucos. Os indivíduos não poderiam viver como antes, os custos e despesas gerais cresciam mais depressa que os lucros. Poderia até afirmar que a crise do século XVII, é resultado da concentração do poder econômico.
            Esse texto trata de uma época que se for tratar de datas é considerável longe de nos, mas se atentarmos ao conteúdo do que se trata no texto é bastante próximo dos nossos dias. A guerra política e econômica pelo poder que existiu durante aquela época estar presente nos nossos dias; a desigualdade social, conseqüente da acumulação de capitais nas mãos de poucos. O Brasil hoje ocupa o quinto lugar na economia mundial, uma importante posição e situação no cenário nacional e internacional, porém com grandes desigualdades sociais. Situação bastante parecida com o que acontecia na Europa do século XVII, a economia vivia um avanço em termos de acumulação de riquezas, mas a vida social estava se defasando, muita riqueza nas mãos de poucos e grande parte da sociedade com quase nada, preços altos e lucros poucos, gerando uma grande desigualdade social. Aqui se trata de um texto que trás aspectos de quase quatro séculos passados e que ainda é um assunto bastante presente e atual, muitos desses aspectos como foi descrito acima estar presente nos nossos dias.

sábado, 14 de abril de 2012

UTOPIA- THOMAS MORUS



Utopia, trata-se uma obra muito famosa de Thomas Morus, este autor autor é considerado como um dos grandes humanistas do Renascimento.

O livro fala do encontro de Thomas Morus, seu amigo Peter Gilles, e um velho estrangeiro chamado Raphael Nonsenso no jardim do hotel de More, na Antuérpia. Raphael é um antigo marinheiro que viajou com Américo Vespúcio.
Após a morte de Vespúcio, Raphael continuou a viajar para novos lugares, incluindo Utopia, apesar de Utopia significar lugar algum, ela representava uma ilha com uma comunidade perfeita, nessa descrição é perceptivel a critica que o autor trás, uma terra perfeita só poderia chamar Utopia, porque na minha opinião essa busca pela perfeição é upotico principalmente, por um lugar perfeito de se morar.
Sua descrição da terra ideal compreende o escopo da estória. Sua descrição é feita com base numa comparação da Inglaterra do seu tempo Utopia é um lugar onde não há propriedade privada, onde todos trabalham, mas sem exageros. Os moradores de Utopia trabalham por três horas pela manhã e por três horas a tarde com um intervalo de duas horas no meio. Os empregos não dependem da pessoa ser homem ou mulher ou da sua formação anterior. Todos em Utopia vestem uma mesma roupa lisa. Os moradores de Utopia adultos não usam jóias; eles consideram os metais preciosos e as jóias como brinquedos para crianças. Utopia é uma localidade, com caracteristicas socialistas.

A concepção da ilha de Utopia está centrada na minha opinião em duas idéias: a não existência da propriedade privada é a primeira. A segunda é o alcance dos interesses individuais. Esses conceitos são centrais na obra. Todo os outros elementos do funcionamento tanto dos costumes, quanto da cultura, como do governo são diretamente ligados a esses pontos. O autor vê a propriedade privada como maldade do homem. Podemos entender, a partir da obra, como propriedade privada a desigualdade material, e se refere muito mais a propriedade privada como vemos hoje, do que à concentração de riquezas por direito de posse, como no caso da nobreza européia tradicional. Da mesma forma, a necessidade de ver a sociedade como um conjunto e de subordinar os interesses individuais aos coletivos são a única maneira de alcançar prosperidade e progresso, para o autor. É uma obra escrita a tanto tempo e a todo momento encontro argumento e descrições muito parecidas com os tempos atuais.
Uma passagem do livro descreve a chegada de estrangeiros. Eles usavam as jóias e as vestimentas das cortes européias e perceberam que seus jogos de prestígio não iria funcionar em Utopia, e eles tiraram as jóias.
Em um certo momento, os leitores, segundo alguns criticos, são tentados a pensar que estas são as visões idealísticas de More, assim como o personagem de sua história, ele leva um certo tempo para aceitar todo o estilo de vida utopiano.
Utopia na verdade é um ataque uma crítica a sociedade do renascimento cristão europeu. Ironicamente, os habitantes de Utopia são pagãos, apesar de que, na prática, eles são melhores cristãos que os cristãos europeus. Em outras palavras, os habitantes de Utopia são pacíficos, amáveis e respeitáveis. É ensinado a cada criança a cultivar a terra e sua educação artística liberal não tem fim em uma determinada idade. More não concorda com todas as práticas dos moradores de Utopia, ele permanece com muitas de suas idéias. Assim, o livro termina com More dando conta de que Inglaterra e Europa jamais irão adotar uma visão utopiana. Enfim o livro é uma completa utopia.
Para compreender melhor a obra é necessario perceber o tempo e o espaço histórico da época de More, onde  a terra era a principal fonte de riqueza e trazia consigo também poder político e status. Na Inglaterra, ela já era considerada uma mercadoria e a nobreza inglesa  cada vez mais passaria a pensar como a burguesia. As enclosures que fazem parte desse processo de transformação da terra em propriedade privada e, por conseqüência, mercadoria, vão resultar na necessidade dos camponeses assalariarem-se e aqueles que até então conseguiram produzir para si, nas terras comunais, vão tornar a ser explorados por um grupo de proprietários. E é dessa forma que é entendido o trabalho por More. Para ele, se há escassez de alimentos e desigualdade, é porque alguns estão trabalhando por outros. O trabalho, assim como a riqueza, deveria ser distribuído igualmente a todos. O trabalho, como vê em seu tempo, é apropriado por um exército de inúteis: clero, nobreza militar, comerciantes, proprietários de terra, donos de empresa, funcionários do estado e outros que estariam parasitando a sociedade e impedindo a felicidade comum. Nos cálculos de More, se toda essa casta de parasitas se também trabalhassem em algo produtivo, como na indústria ou agricultura, haveria suprimento suficiente para todas as necessidades da sociedade, assim como é descrito em Utopia. A miséria da qual More fala não é a dos mendigos das cidades medievais, é aquela resultado da necessidade de exploração do camponês. A descrição que Thomas More faz da Inglaterra de seu tempo é tão familiar ao leitor do século XX, capitalista, que chega a ser um instrumento de possível contestação da teoria de Max Weber sobre a origem do capitalismo. (parágrafo baseado no Klepsidranet)
            Enfim, toda a obra, em todas as passagens faz jus o seu título, UTOPIA.


DISCURSO DO MÉTODO

DISCURSO DO MÉTODO
para bem conduzir a própria razão
e procurar a verdade nas ciências
Discurso do Método de René Descartes é uma das mais famosas obras da literatura filosófica, sendo por muitos considerado o texto fundamente da ruptura cultural que da origem a Filosofia Moderna. O texto é composto de seis partes onde o autor, partindo de um relato de sua biografia intelectual, expõe de maneira clara e sucinta os grandes traços de seu novo sistema filosófico.
A primeira observação que faço com relação a essa obra, é que não é intenção do autor que seu texto se torne uma leitura acadêmica, seu objetivo não é escrever sobre um método para as pessoas seguirem. Possui uma linguagem vulgar. Mesmo assim acaba criando um método, o CARTESIANO, que é usado no meio acadêmico, seu puiblico alvo é a população comum. Utiliza exemplos do seu cotidiano, sendo as vezes sua obra confundida com uma autobiografia, devido ao uso pelo autor de exemplos do seu cotidiano. Utiliza pensamento teocentrico e ao mesmo tempo racionalista. Utiliza de um modelo de pensamento da verdade revelada, na teologia a verdade é revelada apenas ao papa.
            No ponto de vista do método, o autor trás uma esquematização do método:
·         PROBLEMATIZAÇÃO
·         DECOMPOSIÇÃO
·         RECOMPOSIÇÃO
·         REVISÃO
Esses são elementos, propostos por Descartes para o entendimento da verdade. O autor aborda que é necessário questionar para buscar a verdade, a verdade é constituída através do questionamento.

          

sábado, 24 de março de 2012

SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento – 6. Ed.- São Paulo. Atual,1988.

            No século XI e XIV, conhecido como a Baixa Idade Média, o Ocidente europeu passou por um processo onde o comércio e as cidades se reergueram levando a desestruturação do sistema feudal.
            Por volta do século XIV, esse processo entra em decadência, diversos fatores são colocados como o principal causador dessa crise pelos historiadores (Peste negra, a guerra dos 100 anos e as revoltas populares), são aspectos que juntos causaram grandes mudanças em todos os setores sociais. Com a decadência do feudalismo, as terras não são mais tão rentáveis, obrigando os senhores a vendê-las e apostar nas cidades, na verdade não havia outra saída, o comércio urbano estar sendo desenvolvido.
            Não só o comércio, como a monarquia saíram fortalecidos da crise do século XIV, graças ao enfraquecimento político da burguesia. A burguesia via na monarquia a melhor maneira de expandir as rotas comerciais e se proteger.
            Em meio a essas mudanças surge uma nova ordem social. Uma sociedade não pode se transformar e continuar com a mesma ordem social existente. A nobreza e o clero procuravam um novo lugar de destaque nesse sistema, junto às novas monarquias; camponeses e artesãos precisavam agora vender a sua força de trabalho para garantir a sobrevivência.
            No campo do intelecto, surgi o renascimento. Movimento inovador, como caráter transformador. Dentro desse movimento existiu duas correntes, o humanismo e os utopistas.
            Os humanistas, com o objetivo de dar início a um estudo diferente do tradicional baseado em estudos humanos, onde tentavam abolir a tradição intelectual medieval e de buscar raízes para a elaboração de uma nova cultura.
            No movimento humanista a atividade crítica foi uma de suas características mais notável, foi feita crítica a cultura, a filologia, a história. Os humanistas voltavam-se para o agora, para o mundo do concreto dos seres humanos, com um controle maior do próprio destino. Era um grupo voltado a inovação dos estudos, dos pensamentos, centrava-se no individualismo e em sua capacidade realizadora. Possuíam perspectivas mais pragmáticas, propunham que o homem tomasse conta da religião.
            Os humanistas construíram um grupo ousado ao seu tempo e que incomodou a muito. Alguns de seus membros foram mortos exilados ou acabaram morrendo a míngua. Dentro do humanismo houve inúmeras correntes diferentes, cada uma respeitando o individualismo da outra.         
            No que diz respeito a religião, fez-se uma critica severa a igreja, os humanistas acreditavam que a igreja apenas deveria seguir o evangelho, era o anseio por uma reforma religiosa.
            Os utopistas, pregavam uma estrutura social com bases cristãs, um governo com estruturas baseado na democracia grega, pensava uma sociedade sem exploração, pregava o fim do valor do ouro na sociedade, valor em termos econômicos, acreditavam ser o valor do ouro o responsável pelos prejuízos da sociedade, apenas com a desvalorização do ouro o homem seria feliz.
            O movimento renascentista em si não tinha a pretensão de ter caráter inovador, não ia contra a igreja, apenas tinha uma visão diferente da religiosa, colocava o homem no centro das coisas.
            No que dizem respeito às artes, estas passaram a ocupar o centro no movimento renascentista, marcando e demonstrando o desenvolvimento nesse período, como os impulsos do processo de evolução das relações sociais e mercantis.
A arte foi importante para o movimento, mais não foi suficiente para “explicar” essas transformações. A arte renascentista é uma arte de pesquisa, de invenções e inovações, aperfeiçoamentos técnicos, acompanha as conquistas da engenharia, da física, da matemática, da geometria, da anatomia e da filosofia.
Leonardo da Vinci, por exemplo, foi responsável pelo primeiro atlas de anatomia, usando para pintar as pessoas, assim ele conseguia detalhar, destrinchar todo o corpo humano, é seu o primeiro estudo de anatomia. Para as suas artes conseguiu a permissão da igreja, ou melhor, era contratado por ela.
Apesar dessa arte renascentista, ser carregada de novas e diferentes perspectivas, a igreja financiava essa arte. Claro, que impondo suas limitações, ainda assim essa arte não perdeu seu caráter inovador.
Alem da igreja, outros financiadores dessa nova cultura investiam a burguesia, príncipes e monarcas; com o objetivo de uma contribuição cultural a época? É obvio que não. Gostariam em primeiro lugar ao financiar essas artes a autopromoção, a propaganda e difusão dos novos hábitos, valores e comportamentos. As artes deveriam conter uma visão que apresentasse o modo de vida e os valores da burguesia e do poder centralizado como única forma de vida.
Uma luta cultural, onde a burguesia queria se afirmar diante do clero e da nobreza, usando para isso a produção artística .
ALENCASTRO, Luíz Felipe. O trato dos viventes- Formação do Brasil no Atlântico Sul - Séculos XVI e XVII- P. 44-76

            O autor nessas páginas, trata da importância do escravismo e dos produtos africanos para a formação do mercado mundial.
            O trato oceânico impulsiona a troca de mercadorias nas sociedades negras, o trafico negreiro é favorecido pelo comércio continental de longo curso. A Europa puxa essas trocas para uma economia-mundo. Essa é uma grande diferença do escambo realizado entre os nativos e os colonizadores na América do sul, essas trocas (escambo), não criou como na África , traficantes de índios ou mão de obra, até inclusive as os produtos trocados na América não eram tão valorizados quanto na África, como era o caso das armas de fogo, que não se fabricava na África negra.
            Sem contar que a geografia comercial e histórica na África, favorecem a penetração européia. Rios cursados pelos nativos traziam os escambos dos sertões para o litoral. Destacando que desde antes da chegada dos colonizadores, já havia um intercâmbio na África entre seus diferentes povos, territórios e produtos. Uma diferença básica entre África e América pré-européia, é a questão de várias sociedades subsaarianas já conheciam o valor mercantil do escravo.
Nessa área conhecida na África como subsaariana havia portos e feiras para ampliar o mercado negreiro. Um dos produtos de maior valor trocado era o cavalo que chegava a valer de nove a quatorze escravos.
Os europeus não chegaram à África com a intenção de comercializar mercadoria viva. Muitas justificativas foram dadas para o tráfico de negros, a mais forte foi a justificativa religiosa, converter os negros pagãos, e no século XVIII,, a justificativa maior foi a de civilizar os africanos. Além de trocar escravos por mercadorias, no Sahel traficantes ofereciam escravos “pagãos” em troca dos mulçumanos capturados pelos portugueses, é evidente o reflexo dos conflitos étnicos e religiosos na escravidão africana.
Acima foi apontada a facilidade que os europeus encontravam para navegar a costa da África, diferente dos obstáculos encontrados ao navegar a costa brasileira, devido à direção dos ventos, os ventos causavam grandes prejuízos ao tráfico negreiro. O autor traça uma descrição das dificuldades encontradas nas rotas onde os navios precisam navegam da África a América.

ALENCASTRO, Luíz Felipe. O trato dos viventes- Formação do Brasil no Atlântico Sul - Séculos XVI e XVII- P 11-42.

            O autor traça nesse texto a trajetória da metrópole portuguesa, no ultramar tentando pôr em prática sua política. Os conquistadores se empenharam por vários caminhos para se certificar do controle dos nativos e do excedente econômico das conquistas, houve nesse momento uma reorientação por parte da metrópole das correntes ultramarinas.
            Pelo controle dos nativos os colonos travaram conflitos com o clero, passando por cima da ordem régia, para garantir seus domínios, uma coroa foi arquitetada para dominar esses nativos, porém exerciam um frágil domínio,  exerceram essa política em três continentes (Ásia, América do Sul e África).
            Toda uma política de controle e segurança sobre o território foi valida para os colonizadores, na América portuguesa, por exemplo, em 1534 medidas para o povoamento e a valorização do território foram tomadas, como a criação de quinze capitanias hereditárias cedidas a donatário, na intenção de assegurar o domínio comercial e político nesse território que os colonizadores acreditavam ter conquistados e por isso deveriam e precisavam manter o controle. Uma medida de controle foi o governo-geral que deu lugar a um movimento de centralização que reduz os privilégios donatários.
            Dá para perceber que a coroa além de estar querendo o poder do domínio, reivindica também o direito da propriedade sobre as terras a conquistar e a tutela dos povos conquistados.
            No que diz respeito ao trato negreiro, primeiro é necessário entender o quer dizer trato, trato (ou seja, a negociação) entre portugueses e africanos era feito através do escambo (troca). Os produtos oferecidos pelos portugueses interessavam aos africanos: tecidos, vinhos, cavalos, ferro (que era derretido e transformado em armas na África). Com essas mercadorias em mãos, os aliados dos portugueses conseguiam status social e, também, tinham maiores condições de enfrentar povos inimigos e, assim, podiam obter mais escravos para serem negociados com os portugueses. O trato negreiro não se reduz ao comercio de negros, quando a formação histórica brasileira, o trafico molda o conjunto da economia, da demografia, da sociedade e da política da América portuguesa.
            Pode-se considerar o tráfico negreiro como o responsável pelo desenvolvimento do comércio português, o seu maior impulsionador.  A escravidão africana, se transforma em escravismo, ao se tornar escravismo passa a ser um sistema produtivo colonial fundado na escravidão e integrado à economia-mundo, é um sistema estruturado de escravidão, o indivíduo nesse sistema é uma mercadoria lucrativa, faz parte de um política econômica. O escravismo, o trato negreiro, o motor transformador da economia colonial portuguesa. Além de tudo isso tinha o apoio dos clérigos, este apoio era dado a fim de que o escravo africano libertasse os índios da servidão imposta pelos colonizadores moradores do território.
            “Inicialmente com base no trabalho compulsório indígena, a expansão açucareira brasileira será pouco tributária do africano e do comércio negreiro. Mutação devida a uma série de circunstância que merecem ser examinadas de perto”. (P.33).
            O trato negreiro é um comércio administrativo, a instância política do sistema colonial, tem um papel decisivo na organização econômica do Atlântico. O trato dos africanos, submetido durante três séculos à potência européia que articulava o maior mercado de africanos, e o Brasil converteu-se no maior importador de escravos do Novo Mundo.